Emergência cirúrgica mais comuns em crianças.
Os sintomas podem ser inespecíficos, com náusea, vômitos, inapetência, como dor abdominal bem localizada na fossa ilíaca direita. Contudo, a apresentação típica da apendicite em crianças ocorre em cerca de 50%.
Crianças menores, geralmente são diagnosticadas erroneamente como gastroenterites, infecção urinaria etc.
Uso de antibiótico nesses casos, atrapalha ainda mais no diagnóstico, pois pode mascarar a infecção principal.
O exame físico ainda é o padrão ouro para diagnóstico. A reavaliação em casos suspeitos e uso de exames de imagem é fundamental no diagnóstico diferencial.
A ecografia tem a vantagem de ser não invasiva, porém e examinador muitas vezes, não consegue identificar o apêndice, pela sua localização anatômica.
O uso de tomografia computadorizada por ser necessário em alguns casos, porém não é utilizado de rotina na população pediátrica, pelo risco de radiação e a necessidade de anestesia.
Taxas de apendicectomia branca de até 10% são consideradas apropriadas, casos em que o apêndice era normal. A causa da apendicite é multifocal.
A inflamação do apêndice causa obstrução da luz, inflamação e perfuração, gerando um processo infeccioso de peritonite abdominal.
O tratamento da apendicite aguda começa com hidratação e antibióticos endovenosos e, posterior, realização da cirurgia.
O padrão atual para apendicite não complicada e apendicectomia videolaparoscopia. A alta normalmente e dada entre 24-48 h, dependendo do grau de infecção intra-abdominal.
Alguns estudos sugerem uso do tratamento conservador, apenas com uso de antibióticos por tempo maior, porém essa conduta no Brasil não está bem estabelecida.
O conceito de tratar apendicite complicada com antibiótico consiste em diminuir o grau de inflamação e ¨esfriar¨ o processo inflamatório. A apendicectomia posterior pode ser realizada de forma mais segura em 6- 10 semanas. Entretanto, em alguns casos podemos não ter a resposta adequada ao tratamento clínico e a chance de um sepse (infecção disseminada) aumentar.
Alguns serviços nem realizam a cirurgia posterior, já que a taxa de recorrência de apendicite é menos de 20%. As complicações relacionas aos processos inflamatórios mais avançados são abscessos, aderência intestinais, fistulas intestinais e até necessidades de outras cirurgias. Infelizmente, ainda vemos crianças morrerem por quadros de apendicite complicada, por isso a importância de um diagnóstico e tratamento precoce.