Os canceres da infância representam apenas 2% da população. A incidência varia conforme a idade, sexo e raça. As leucemias são as neoplasias mais comuns em oncologia pediátrica, correspondendo a aproximadamente 25-33% de todas as doenças malignas em pacientes com menos de 15 anos de idade.
A leucemia linfocítica aguda (LLA) é responsável por aproximadamente 75% dos casos.
As faixas etárias mais precoces (zero a quatro anos) são as mais propensas ao desenvolvimento do câncer, com exceção de linfomas de Hodgkin, carcinomas e tumores ósseos, bem como tumores de células germinativas primários do ovário, que são mais frequentemente encontrados nos adolescentes.
Entre os tumores sólidos, destacam-se os do Sistema Nervoso Central (SNC), que correspondem a cerca de 20-25% do total das neoplasias malignas da infância e adolescência.
O neuroblastoma (8-10%), os tumores renais (especialmente o tumor de Wilms - 6%), os sarcomas ósseos (osteossarcoma e tumores da família Ewing - 5-7%), os sarcomas de partes moles (rabdomiossarcoma e outros - cerca de 5%), os tumores de células germinativas (3%), retinoblastoma (1-2%), os tumores hepáticos (principalmente hepatoblastoma - 0,5-2%) são responsáveis pela maior porção de todos os outros tumores malignos infanto-juvenis.
A introdução de esquemas de tratamento multimodal (associações de cirurgia, radioterapia e quimioterapia) desde a década de 60, juntamente com a maior compreensão da biologia do tumor, a criação de equipes e centros especializados em oncologia pediátrica, acarretou aumento na sobrevida dos pacientes pediátricos com câncer.
Entretanto, ainda é causa de grande morbimortalidade em pacientes nessa faixa etária em nosso meio. Diagnóstico precoce e tratamento em centros especializados são essenciais para o aumento da sobrevida em longo prazo.