O refluxo gastroesofágico é frequentemente observado em lactentes e crianças, porém nem sempre é considerado uma doença. A maioria, cerca 60%, é autolimitado. Contudo, algumas crianças desenvolvem a doença e necessitam tratamento medicamentoso e/ou cirúrgico associado.
Essa decisão é individualizada, com base na idade, anatomia, intensidade sintomas e doenças associadas.
Na maioria dos casos, o tratamento clínico é suficiente.
O tratamento cirúrgico mais realizado é a fundoplicatura de Nissen, onde é criando uma válvula externa em torno do esôfago usando o estômago.
Muitas vezes, pode ser associado uma gastrostomia, principalmente em paciente neurológicos, com dificuldade de deglutição, desnutrição e pneumonias aspirativas de repetição.
Também podemos, nesse mesmo ato cirúrgico, corrigir uma hernia de hiato, patologia em que o estômago migra para o tórax.
Muitas mal formações congênitas predispõem a doença refluxo gastroesofágico, como atresia de esôfago, gastrosquise/onfalocele, hernia diafragmática.
As consequências dessa doença do refluxo gastroesofágico em crianças são as mesmas dos adultos (esofagite, estenose, esôfago Barrett), agregado a complicações pulmonares, desnutrição e risco de apneia.
Não podemos esquecer que estamos falando em um ser humano em desenvolvimento, que necessita de bom aporte nutricional para poder se desenvolver.
A falha na resposta ao tratamento cirúrgico pode ocorrer em algumas situações: diagnóstico errôneo do refluxo, crianças com alteração motilidade esofágica e crianças neurologicamente debilitadas, espásticas, com deformidades da coluna (cifoescoliose), doença pulmonar crônica.